O Sicredi deu início ao Plano Safra 2025/2026 com a expectativa de disponibilizar R$ 68 bilhões em crédito para produtores rurais de todo o país. A projeção representa um crescimento de 10% em relação ao ciclo anterior e reafirma o protagonismo da instituição no fortalecimento do agronegócio nacional. Na área de atuação da Sicredi UniEstados — que abrange municípios do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais — o planejamento já está em andamento com base nos resultados expressivos da última safra.
Somente na safra 2024/2025, a Sicredi UniEstados realizou 12.961 operações, com volume total de crédito superior a R$ 1,39 bilhão. Desse montante, R$ 785,7 milhões foram destinados ao custeio (56% do total), R$ 379,2 milhões para investimentos (27%) e R$ 229,2 milhões em Cédulas de Produto Rural (16%).
Cooperativismo presente no campo
Para o novo ciclo, o Sicredi estima liberar R$ 24,3 bilhões em operações de custeio e R$ 12,5 bilhões para investimentos, além de R$ 1,7 bilhão para comercialização e industrialização da safra. Outros R$ 24,6 bilhões devem ser destinados por meio de CPR (Cédulas de Produto Rural). Do total, cerca de 70% das operações serão direcionadas a pequenos e médios produtores, consolidando o foco da instituição no fortalecimento da base produtiva.
Na Sicredi UniEstados, a preparação para a safra 2025/2026 já envolveu encontros estratégicos nas cidades de Machado (MG), Poços de Caldas (MG), Concórdia (SC) e Erechim (RS). Técnicos, gerentes de negócios agro e gestores de agência discutiram tendências de mercado e as novas condições operacionais do plano federal, que está em vigor desde 1º de julho.
Novas condições e mudanças
Entre as principais novidades anunciadas para esta safra está a reformulação do programa Inovagro, que passa a incorporar os objetivos do antigo programa Moderagro, voltado à modernização das atividades agrícolas. Com essa fusão, o novo Inovagro amplia seu limite de crédito de R$ 2 milhões para R$ 4 milhões por CPF, dobrando a capacidade de investimento por produtor rural.
Além disso, o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) também teve mudanças significativas: a capacidade mínima das unidades de armazenagem elegíveis dobrou, passando de 6 mil para 12 mil toneladas, o que deve beneficiar projetos de maior porte e fomentar melhorias na logística e conservação de grãos.
Taxas de juros e novos enquadramentos
O Plano Safra 2025/2026 também traz novas faixas e ajustes nas taxas de juros. No Pronamp, o juro para investimentos subiu de 8% para 10%, e no crédito empresarial passou de 10,5% para 12,5%. No Pronaf Custeio, surgiu a nova Faixa IV, com juros de 8% ao ano, voltada à produção de soja, algodão e bovinocultura de corte. Já o limite de enquadramento no Proagro foi reduzido de R$ 270 mil para R$ 200 mil, tornando-se mais acessível a um número maior de produtores.
Representatividade e proximidade
Com uma carteira agro de R$ 102 bilhões em saldo, o Sicredi segue como a maior instituição financeira privada do setor no Brasil, atuando com mais de 9 milhões de associados e presença em 100% do território nacional. Só no ciclo 2024/2025, foram R$ 61,9 bilhões liberados em mais de 321 mil operações, sendo 72% destinadas a pequenos e médios produtores.
“Neste novo ciclo do Plano Safra, o Sicredi reafirma seu papel como parceiro estratégico do agronegócio. Atuamos de forma próxima e personalizada, com presença exclusiva em mais de 200 municípios, atendendo desde o agricultor familiar até os grandes produtores”, afirmou o diretor executivo de Segmentos, Crédito, CRM e Dados do Sicredi, Gustavo Freitas.
A instituição já está recebendo os pedidos de financiamento para o novo ano-safra. Os produtores interessados devem procurar sua agência ou acessar os canais digitais da cooperativa para iniciar o planejamento de suas operações. Com linhas ajustadas, novos limites e foco na sustentabilidade, o Sicredi se mantém como um dos pilares do crédito rural brasileiro.
Augusto Siqueira
