Capinzal – Foi realizado nesta segunda-feira (1º) o júri
popular de Aislan Ribeiro Toldo, 23 anos, acusado de matar o próprio filho em
Capinzal. O julgamento aconteceu no Centro Educacional Prefeito Celso Farina
sob um forte esquema de segurança montado pela Polícia Militar e Departamento
de Administração Prisional (DEAP). Todas as pessoas que chegavam ao local eram
revistadas e passaram por detector de metais. O júri iniciou às 9h50min e a
leitura da sentença ocorreu por voltadas 17h. Aislan Ribeiro Toldo foi condenado
a 33 anos e 4 meses de reclusão em regime inicial fechado. O tempo máximo
previsto em lei é de 30 anos.
O júri foi presidido pelo juiz Daniel Radünz. Na defesa do
réu atuou o advogado Ricardo José Nodari, auxiliado pelo advogado Felipe Klein
de Matos. Na acusação a promotora de justiça Marina Saade Laux, com apoio do
assistente de acusação, Marco Antônio Vasconcelos Alencar Junior, advogado
criminalista que anteriormente havia feito a defesa da mãe do bebê. O corpo de
jurados foi formado por quatro mulheres e três homens.
Em depoimento do pai de Vanessa não conteve as lágrimas ao
relatar que Aislan pouco dava abertura para os familiares e até mesmo para
relacionar-se com o neto. Nesse momento, o réu, de acordo com manifestação do
assistente de acusação, teria feito ameaça de morte ao avô da criança. O
magistrado informou que o fato foi inserido em ata e indagou se o réu gostaria
de se retirar do plenário para não haver mais constrangimento, tendo então sua
concordância.
Em seguida foi a vez de Vanessa depor. Chorando em alguns
momentos, ela disse que na fatídica madrugada foi acordada por Aislan, de quem
recebeu o filho já desfalecido. Ela afirmou que somente no hospital teria
observado as lesões no corpo da criança, atestadas posteriormente pelo laudo
cadavérico do IML. Disse ainda que Aislan não fez o curso de batismo e nem
participou do ato religioso ocorrido uma semana antes da morte do filho.
Na sequência foi a vez do réu. O magistrado fez a rápida
leitura da acusação do MP. Entretanto, Aislan Toldo preferiu por ficar em
silêncio.
A promotoria, juntamente com a assistência de acusação, foi
contumaz em afirmar que não haveria dúvidas no processo quanto à culpabilidade
de Aislan, que teria cometido um crime cruel e de grande comoção social.
Já a defesa do réu tentou desqualificar o crime para
homicídio culposo ou maus-tratos, argumentando que não seria a intenção do pai
do matar o próprio filho.
Toldo era acusado pelas agressões que mataram o bebê Bryan
Hemanuel Toldo, de apenas 2 meses de idade. Ele segue recolhido ao presídio
regional de Joaçaba. A mãe da vítima, Vanessa Rodrigues da Silva, foi
impronunciada, ou seja, não foi submetida ao júri em decisão mantida pelo
Tribunal de Justiça de Santa Catarina após o MP ter recorrido da decisão de
primeira instância.
O crime aconteceu na madrugada do dia 26 de março de 2017 na
rua Romeu Gasser, Loteamento Parizotto, quando o bebê foi encaminhado pelos
avós ao hospital apresentando lesões pelo corpo. Entretanto, o bebê deu entrada
já sem vida. A necropsia do Instituto Geral de Perícias de Joaçaba apontou a
causa da morte por traumatismo craniano.
Conforme os autos, Vanessa disse que teria deixado o filho
na sala aos cuidados do Aislan e foi dormir. Mais tarde ela foi acordada por
Aislan dizendo que a criança não estava mais respirando. Aislan foi preso pela
Polícia Militar no mesmo dia. Vanessa também chegou a ser presa, mas foi
absolvida no decorrer do processo.
Aislan Ribeiro Toldo foi levado novamente ao presídio
regional de Joaçaba. Os advogados dele informaram que ainda não decidiram se
irão recorrer da sentença.
Fonte: Michel Teixeira