Nas últimas semanas, você recebeu alguma ligação de uma suposta instituição financeira, pedindo para confirmar informações como CPF, nome completo e número da conta? Ou com a desculpa de que o cartão foi clonado, e você precisa repassar os dados para que as transações suspeitas sejam canceladas? Ou até mesmo avisando que há um dinheiro parado na conta, porém para resgatar, você deve fazer um PIX para a instituição? No entanto, quando foi checar com o gerente do banco ou cooperativa, se a ligação era de verdade, descobriu que foi vítima de golpe?
Golpes envolvendo instituições financeiras estão cada vez mais comuns. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que só em 2023, mais de 7,2 milhões de consumidores foram vítimas desse tipo de crime.
Abro espaço nesta reportagem para um relato pessoal: eu, Pâmela Schreiner, chego a receber até cinco ligações por dia, de números diferentes, com o DDD do telefone 49 (que é o utilizado na região de Piratuba), afirmando que preciso confirmar dados referentes à minha conta na cooperativa de crédito. Não adianta bloquear os números, pois todo dia há tentativas diferentes, em vários horários, não só no tradicional horário comercial.
Não cheguei a cair no golpe nenhuma vez, mas a situação acendeu o alerta para orientar sobre o que fazer quando isso acontece. Por isso conversei com a analista de controles internos do Sicredi UniEstados, Daiane Ceccatto, que logo já afirmou: nenhuma instituição financeira liga para os associados ou clientes para solicitar dados.
“É preciso estar atento, pois apesar de ser um golpe muito bem articulado, as pessoas precisam ter em mente que nenhuma instituição financeira liga solicitando número de cartão, código CVV, nem senhas, nem pedem que seja retornada à ligação. Além disso, nenhuma instituição liga solicitando que se clique em links para atualizar aplicativo nem mesmo que façam transações via pix para cancelar compras no cartão, portanto sempre que a abordagem for dessa forma desconfie”, explica.
Segundo a analista, um dos golpes mais comuns é o chamado “mascaramento de número de telefone”, quando os golpistas utilizam aplicativos que modificam o número, fazendo parecer que é de fato da instituição financeira. “Quando atendida a ligação, o golpista finge que o cartão foi clonado e que valores altos foram gastos. Aí pede que a pessoa confirme se a movimentação aconteceu, ligando para um número 0800, que faz cair em uma falsa central, onde a vítima é induzida a compartilhar os dados”, conta.
Outra orientação do Sicredi UniEstados é que cooperados e clientes fiquem atentos ao tom de urgência da ligação, quando o golpista praticamente implora para que a vítima confirme os dados. “Nestes casos é importante manter a calma, desligar o telefone e procurar sua agência que possui relacionamento, seja fisicamente e ou por telefone, de preferência por outro número de telefone, diferente do que recebeu a ligação, e assim se certificar com sua instituição financeira de que aquilo trata-se de golpe”, orienta Ceccatto.
A analista ainda lembra que instituições financeiras não fazem ligação à noite, nem mesmo nos fins de semana. Além disso, não solicita dados sensíveis como CPF, número de cartão ou senhas via telefone.
Pâmela Schreiner/ Jornal Comunidade