O promotor do Ministério Público de Capinzal, Douglas Dellazari, apresentou nesta quarta-feira, dia 06, uma nova denúncia contra um casal detido pelo crime de tráfico de drogas. A prisão aconteceu no mês de agosto durante uma ação entre as Polícias Civil e Militar de Piratuba. O crime de associação para o tráfico foi adicionado no novo documento enviado à Justiça. O homem segue preso no Presídio Regional de Joaçaba.
Conforme o documento do Ministério Público, após a extração dos dados contidos nos aparelhos celulares apreendidos, sendo uma prova nova não compreendida anteriormente, foram descobertas inúmeras mensagens trocadas entre D.F.H.B e A.L sobre a prática do tráfico de drogas, sendo os PIX realizados para a conta bancária da denunciada, devido à venda de drogas a diversos usuários de entorpecentes.
Ainda de acordo com a nova denúncia, até então não podia afirmar com elementos seguros que A.L tinha consciência da prática criminosa realizada e da origem ilícita dos valores recebidos, sendo confirmado após a extração dos dados, permitindo uma reanálise do vínculo permanente e estável entre o casal.
Agora, o Ministério Público apresentou a nova denúncia com três crimes cometidos pelo casal, um deles por associação para o tráfico e os outros dois por tráfico de drogas.
Associação para o tráfico
Segundo o Ministério Público, entre maio até 10 de agosto deste ano, o casal praticou o crime de associação para o tráfico. Eles se relacionaram amorosamente por um período e realizaram inúmeras vendas de drogas, especialmente cocaína.
O casal dividia as tarefas, sendo D.F.H.B fazendo a venda e entrega das drogas aos usuários, alguns dos pagamentos eram feitos via PIX diretamente para A.L. Ela tinha consciência da prática delituosa realizada e da origem ilícita dos valores recebidos.
A dupla conversava quase diariamente e em diversas vezes o denunciado pedia para que a companheira confirmasse se os pagamentos haviam sido realizados em sua conta bancária, sendo confirmado por ela. As transferências bancárias eram R$ 100,00, R$ 200,00, R$ 300,00 e outros valores relacionados ao tráfico de drogas. A.L era responsável por efetuar pagamentos a N.M de M.K, possível fornecedor direto dos entorpecentes aos denunciados.
Em determinada oportunidade, o D.F.H.B pergunta para A.L “amor, posso usar R$ 500,00 no PIX de ontem? Paga o resto para o pia, daí o que entrar os pila é tudo nosso. Tenho uns R$ 400,00 já”, tendo a denunciada respondido “pode usar, é teu, né, amor”. Imediatamente, o denunciado contrapõe “nosso, né”, indicando, mais uma vez, encontrarem-se associados para a prática delituosa.
Devido a tudo isso, percebeu-se uma intensa e anormal movimentação de pessoas e veículos nas proximidades da residência do casal.
Tráfico de drogas
Os órgãos policiais desconfiavam que D.F.H.B traficava drogas. Segundo a informação recebida pelas autoridades, o denunciado deslocava até Concórdia uma vez por semana para comprar os entorpecentes com os fornecedores.
No dia 10 de agosto, por volta das 19h, o agente da Polícia Civil de Piratuba avistou D.F.H.B conduzindo um VW/Gol, com placas de Ipira, saindo de Piratuba em direção a Concórdia. O policial comunicou o fato para a Polícia Militar.
Por volta das 22h, os policiais aguardaram o retorno do denunciado e fizeram a abordagem na Rua das Flores, em Piratuba. No veículo, estava o homem e sua namorada, A.L. Durante as buscas no carro, os agentes encontraram 49,4 gramas de cocaína no câmbio de marchas e 1,2 grama da mesma droga no volante. D.F.H.B estava com R$ 475,80. Também foram apreendidos os celulares dos denunciados, um da Apple e outro da Motorola.
D.F.H.B e A.L se relacionaram amorosamente por um período e juntos realizaram inúmeras vendas de drogas, especialmente cocaína. O homem fazia as vendas e entregas de entorpecentes para usuários e a mulher recebia alguns pagamentos no PIX, conforme extratos bancários obtidos após a quebra de sigilo de dados. Eles teriam cometido o crime de tráfico de drogas entre maio e 10 de agosto.
Uma usuária relatou que comprava as drogas de D.F.H.B. Alguns pagamentos eram feitos para a conta bancária de A.L. O homem ainda era responsável pelas entregas dos ilícitos. Ela retirava os entorpecentes na residência ou no local de trabalho do denunciado.
Outro usuário informou que efetuou três PIX de R$ 100,00 na conta bancária de A.L. Ele negociou cocaína D.F.H.B e o denunciado passou os dados bancários da denunciada.
Um terceiro usuário relatou que parou de usar drogas mais uma vez, mas quanto aos depósitos, reconhece que há um tempo estava usando cocaína e adquiriu algumas vezes do D.F.H.B que levava a droga onde a testemunha estava. Nem sempre era ele que entregava e como não faz muito tempo que mora na cidade não conhece muitas pessoas. Sobre o pagamento, apenas recebia do denunciado os dados PIX da conta de A.L. Nunca foi na casa do casal e sequer sabia, apenas conversavam através do WhatsApp.
Agora, a nova denúncia foi enviada ao Poder Judiciário de Capinzal.
Bernardo Souza